Diário do Mercado na 3ª feira, 05.05.2020
Ibovespa acompanha a movimentação do exterior
Comentário.
O índice brasileiro principiou em firme evolução, apoiado nos ganhos dos mercados futuros das bolsas de Nova York. Contudo, na parte da tarde, colou sua trajetória no positivo índice S&P500 até seu fechamento.
Internamente, a queda abrupta da produção industrial, impactada pelo “efeito coronavírus”, induziu uma percepção que poderá haver um maior afrouxamento monetário – lembrando que a decisão do Copom se dará nesta 4ª feira, 06.05, após estarem fechados os mercados, podendo levar até a um incremento de migração da renda fixa para renda variável.
Externamente, o entendimento dos agentes que existe possibilidade de reabertura, mesmo que parcial e paulatina, das economias dos EUA e de algumas outras na Europa levantou o humor dos investidores.
Ademais, o presidente norte-americano amenizou um pouco seu discurso contra a China e algumas declarações suas foram interpretadas pelo mercado que, caso necessário, poderão ainda ser adicionadas outras medidas de estímulo econômico mais para frente.
Os preços dos barris de petróleo dispararam, dando sequência a recuperação das recentes quedas, com o tipo Brent fechando a US$ 31,95 (+14,23%) e o tipo WTI em US$ 25,28 (+19,36%). Em suma, os investidores interpretaram como melhores as notícias no dia, com os índices acionários de Nova York encerrando em alta.
O dólar comercial avançou ao longo de toda a sessão, fechando a R$ 5,5920 (+1,30%). Os juros futuros caíram quase como um todo, com destaque para os curtos e intermediários.
Ibovespa.
O índice iniciou em firme avanço, chegando a ultrapassar os 81 mil pts e atingir máxima de +2,77%. Mas, depois da primeira hora de negócios arrefeceu seu movimento e colou sua movimentação na trajetória do índice S&P500 até seu fechamento. As ações da Petrobras se sobressaíram em contribuição ponderada para o índice.
O Ibovespa fechou aos 79.470 pts (+0,75%), acumulando -1,29% na semana (e no mês), -31,28% ano e -17,22% em 12 meses. O preliminar giro financeiro da Bovespa foi de R$ 20,1 bilhões, sendo R$ 18,0 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa B3
No dia 30 de abril, a Bovespa teve saída líquida de R$ 740,546 milhões, fechando abril retirada líquida de -R$ 5,069 bilhões no mês (após retirada líquida mensal recorde de R$ 24,207 bilhões em março).
Em 2020, acumula saldo negativo de -R$ 69,406 bilhões (acima a saída líquida anual recorde de -R$ 44,517 bilhões em 2019).
Agenda Econômica.
No Brasil, a produção industrial (com ajuste sazonal) caiu -9,1% versus +0,7% em fevereiro de -3,8% em relação a março de 2019. De acordo com o IBGE, a queda adveio do isolamento social provocado pelo coronavírus. O indicador passou a acumular baixas de -1,7% no ano e de -1,0% em 12 meses.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) oscilou ligeiramente na abertura, mas, em seguida prosseguiu em tendência ascendente até o fechamento. A percepção dos agentes, após o dado de produção industrial, foi que a economia doméstica poderá até fraquejar mais do que as expectativas anteriormente projetadas, bem como que outros países poderão reabrir antes do Brasil.
A moeda fechou a R$ 5,5920 (+1,30%), acumulando +2,85% na semana, +39,38% no ano e +41,96% em 12 meses.
Risco-País
O risco-país (CDS Brasil de 5 anos) cedeu a 317 pts ante 321 pts da véspera.
Juros.
Os juros futuros curtos e intermediários tiveram destaque de baixa, por conta do dado negativo da produção industrial, que induziu a percepção que poderá haver maior recuo da taxa Selic. Somente a ponta longuíssima não recuou. Assim fecharam as taxas em relação ao dia anterior:
DI julho/2020 em 2,98% de 3,03%;
DI outubro/2020 em 2,79% de 2,86%;
DI janeiro/2021 em 2,71% de 2,77%;
DI janeiro/2022 em 3,53% de 3,66%;
DI janeiro/2023 em 4,72% de 4,91%;
DI janeiro/2025 em 6,49% de 6,61%;
DI janeiro/2027 em 7,50% de 7,50%.
Agenda. vide página 3 do relatório anexo.
Confira no anexo a íntegra do relatório sobre o comportamento do mercado na 3ª feira, 05.05.2020, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI-T integrante do BB Investimentos